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  • Foto do escritorDansign Sustentavel

Menos é mais votos. O impacto da comunicação nas eleições

ATENÇÃO: Este artigo não é associado a nenhum partido, a minha posição como designer neste blog é meramente apartidária e apenas de análise sobre o design na comunicação e o seu impacto no ambiente.


Faltam 2 meses para a população Portuguesa ir votar no seu partido de eleição que vai governar Portugal nos próximos 4 anos.


Estamos a falar de 24 partidos inscritos no Tribunal Constitucional em campanha para espalhar informação através de vários suportes de comunicação.


Os partidos durante um ano inteiro lançam o seu  merchandising político, mas a sua presença é especialmente mais intensa nos períodos pré-campanha e na campanha eleitoral, próximo aos dias das eleições. 


Desde comícios, visitas a cidades e eventos diversos, os eleitores enchem os bolsos com os mais variados artigos publicitários baratos.


Segundo o Diário da República está descrito a Listagem Indicativa do Valor dos Principais Meios de Campanha onde inclui uma lista infinita de vários tipos de materiais gráficos e brindes.


O gasto principal dessas campanhas vai para: cartazes, flyers, bandeiras e outdoors, em que 100% desse material será descartado pelos eleitores após a campanha, e não garante um voto. Artigo ECO Sapo de 2021: Onde os partidos gastam em campanha eleitoral


Mas para os partidos “alcançarem” votos, têm de gastar milhões de euros em comunicação para chegar á toda população portuguesa de Norte a Sul e ilhas.


Infelizmente as escolhas de design nas campanhas têm um impacto direto no consumo de recursos cada orientação gráfica, cada escolha de design, cores, tipografia que impactam diretamente no consumo de tintas, cores e energia.


Em termos de Outdoors, há um excesso de elementos visuais criados pelos partidos que são espalhados, pelas cidades, ambientes urbanos que acabam por promover um certo desconforto visual. E mesmo após as campanhas terminarem acabam for ficar afixados meses ou anos sem serem removidos. 


Fotografia da Alameda em Lisboa com cartazes dos partidos
Fotografia da Alameda em Lisboa com cartazes dos partidos






Autor das Fotografias: José Augusto de Pina comentador no Programa Irritações da SIC Radical

Local das Fotos: Alameda em Lisboa


Sabias que um evento para 1000 pessoas, durante três dias produz: 5670 kg de resíduos | 530 toneladas de CO2 | 3480 kg de lixo e cada participante num congresso produz, em média: 1,89 kg de resíduos por dia | 1,16 kg não são reciclados | 176,67 kg de emissões por dia

Para uma impressão “verde” não se deve usar a cor verde porque nem todas as cores têm o mesmo impacto ecológico. Algumas cores consomem muito mais tinta do que outras em impressoras padrão, como o «verde profundo», que consome o dobro da tinta que o preto, conforme na imagens abaixo de cartazes de uma campanha eleitoral em França.


Gráfico do consumo de tinta em posters na politica

Segundo o exemplo destes cartazes, o cartaz do ano 2022 têm menos -51% de tinta em comparação com o poster de 2014 e 2020.

Outra comparação é o cartaz do meio onde refere que a candidata teve menos votos em comparação com o cartaz do lado esquerdo.



Sabias que nas Eleições nos EUA?

O logotipo do candidato, Joe Biden, foi um dos logotipos mais compartilhados na história da Internet. O logotipo Biden foi compartilhado mais do que o logotipo do Google ou emblemas olímpicos.


Gráfico com logo da google e Biden

Chapéus há muitos, mas existem soluções!

Para além dos factos acima apresentados, como designer quero apontar algumas soluções para que no futuro os partidos possam criar uma campanha eleitoral mais sustentável:


#1 Reduzir o consumo de energia do website

  • Usa cores mais escuras sempre que possível. As cores mais escuras requerem menos energia para serem exibidas em telas OLED.

  • Usa o espaço em branco de forma eficaz. O espaço em branco é a área ao redor do texto e das imagens pode ajudar a reduzir o brilho geral de um design, o que pode levar a um menor consumo de energia. 

  • Opta por gráficos SVG em vez de formatos como JPEG, PNG e GIF pode ajudar a diminuir o tamanho da imagem, e você pode usar uma ferramenta de compactação para reduzi-lo ainda mais.

  • Quando possível, usa imagens de resolução mais baixa ou imagens otimizadas para uso na web porque as Imagens de alta qualidade exigem a transmissão de mais dados, o que pode levar ao aumento do consumo de energia. 

  • Calcula a pegada de CO2 do website em https://www.websitecarbon.com/



#2 Flyers em Papel de Sementes: assim os eleitores podem plantar o papel após as eleições e ter um canteiro cheio de flores.


#3 Reutilização de materiais para eventos/comicios.


#4 Impressão de Posters em Risografia (A risografia é um processo de impressão bastante ecológico e com impacto ambiental muito baixo que consegue reproduzir bastantes cópias a maior velocidade, com cores vibrantes e de forma acessível).


#5 A escolha da tipografia têm sempre um impacto direto no consumo de tinta e papel.

Por isso que é importante desenhar ou escolher uma fonte variável que permita reduzir consideravelmente o espaço do servidor e o consumo de energia.


#6 Reutilização de Bandeiras com o logo do partido ou impressão em serigrafia com tecidos em deadstock


#7 Reutilização de T-shirts: do partido para criação de totebags ou impressão em serigrafia do logo do partido no totebag reutilizado.


Estes são alguns exemplos que os partidos podem aplicar nas suas campanhas.


Estamos a entrar na era da comunicação DIY (Do it Yourself), onde uma simples embalagem de cartão pode ser reciclada como um suporte de comunicação. É importante desenhar identidades e logótipos facilmente reproduzíveis para que todos possam criar e partilhar as suas próprias ferramentas de comunicação, provavelmente será o seu meio de comunicação mais importante.


Para concluir, segundo o designer Mike Monteiro “Um design não existe em um vácuo separado de tudo. A sociedade é o maior sistema que podemos impactar e tudo o que fazemos é parte desse sistema, para o bem ou para o mal.”



Imagem de lápis e texto










Fontes:


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